Discute o desenvolvimento da cultura e da salvaguarda da memória diante dos processos de desigualdade e exclusão social, a partir dos mestres da cultura e brincantes de tradições culturais do Cariri cearense. Para tanto, reflete acerca dessa questão objetivando diagnosticar a situação das tradições culturais do Cariri cearense, tendo em vista as dimensões socioeconômicas e institucionais que permeiam sua salvaguarda. Realiza o estudo através ferramenta metodológica da História Oral, por meio de entrevistas semiestruturadas, feitas com os mestres e brincantes, assim como gestores das instituições de cultura da região. Esse estudo, também utiliza o instrumental teórico crítico da Ciência da Informação para a reflexão acerca da memória, em suas dinâmicas, representações e ações de preservação no âmbito do Cariri cearense. Por fim, identificam que as ações desenvolvidas autonomamente pelos mestres e brincantes sobrepõem-se as ausências da gestão pública, mantendo vivas nas comunidades, as suas manifestações culturais e consequentemente os elementos da memória e da identidade. Nesse sentido, conclui que é preciso ouvir os mestres e brincantes, visando entender suas demandas para aplicá-las sob a forma de políticas, assim como destaca as múltiplas possibilidades de estudos e de aplicações práticas no âmbito da CI, no que se refere às tradições culturais e a salvaguarda dos patrimônios intangíveis.