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A Memória dos Livros dos Néris em Pernambuco
Última alteração: 2018-10-24
Resumo
A criação dos Cursos Jurídicos de Olinda e de São Paulo, pela Lei de 11 de agosto de 1827, constitui importante capítulo da história cultural e política do Brasil Império. Em Olinda, quando as aulas se iniciaram em 1828, não havia biblioteca pública ou livraria. Registrada a falta, começaram as tratativas para a formação de uma Biblioteca, que foi instituída em 07 de dezembro de 1830. Naquele mesmo ano, em 9 de dezembro, foi extinta a Congregação do Oratório de São Felipe Neri, seus bens nacionalizados e a Livraria, encaminhada ao Curso Jurídico. Na Biblioteca de Direito durante o período (1835-1870) os volumes que pertenceram à antiga Livraria dos Neri foram descritos como velhos alfarrábios religiosos. Mas, no limiar do século XX, viu-se a conversão dessas obras de irrelevantes a objetos representativos do patrimônio cultural. O objetivo deste trabalho é analisar a dimensão informativa dessa coleção à luz da memória e como se deu o processo de conversão dessas obras, de carunchosas a raras, de irrelevantes a objetos representativos do patrimônio cultural. A abordagem epistemológica apoiou-se na Ciência da Informação (Le Coadic, Buckland) para refletir sobre Informação e Memória, e buscou-se apoio na História Cultural, por meio das noções de práticas e representações desenvolvidas por Roger Chartier. Foi pressuposto que as informações contidas nos livros dessa coleção ultrapassaram os limites, deram suporte e elementos extrínsecos aos textos acadêmicos, proporcionando novos significados a essas obras. As pesquisas efetuadas nos arquivos da Faculdade de Direito revelaram os primeiros direcionamentos organizacionais e novas informações sobre a construção e formação do acervo e as atribuições de seus responsáveis.
Palavras-chave
Informação e memória; Informação e História Cultural; Congregação do Oratório de São Felipe Neri.
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