Última alteração: 2018-10-24
Resumo
O presente artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de mestrado que objetivou analisar as relações instituídas entre a Bibliofilia e o livro raro adotando por perspectiva a História Cultural. Em paralelo a isso, visou-se identificar de que modo os discursos sobre a raridade advindos da Bibliofilia são incorporados pela Biblioteconomia e Ciência da Informação brasileira como norteadores para a elaboração do conceito de livro raro. Para isso apresenta dois percursos metodológicos complementares: um dedicado aos fundamentos históricos definidores da raridade a partir do estudo das Bibliografias de Livros Raros dos séculos XVI ao XX – com ênfase no século XVIII; e outro percurso centrado no mapeamento do conceito de livro raro na produção da Biblioteconomia e Ciência da Informação nacional. Nesses termos, apresenta coleta de dados realizada por meio de pesquisa bibliográfica e os resultados mensurados mediante o estabelecimento de comparações entre os conceitos de livro raro na Biblioteconomia e Ciência da Informação no Brasil com os conceitos da Bibliofilia. Como resultado, assinala-se que os critérios adotados para a construção da raridade na Biblioteconomia, na Ciência da Informação e Bibliofilia, apesar de similares, são frutos de contextos destacadamente díspares. Finalmente, aponta as consequências da adoção de critérios de raridade idealizados pela Bibliofilia para a compreensão, em termos dos benefícios e das limitações, do patrimônio bibliográfico brasileiro na atualidade.