Última alteração: 2018-10-24
Resumo
Esta pesquisa tem como foco museus e educação de sujeitos surdos que têm na língua de sinais uma das suas marcas identitárias. O reconhecimento da língua de sinais na comunicação com surdos tem raízes na França e é uma realidade também no Brasil desde o início deste século. Nos espaços escolares os avanços são significativos, porém, nos espaços não escolares o cenário ainda está em construção com muitos desafios, dado que os surdos têm se manifestado enquanto protagonistas de movimentos inclusivos para ampliar o acesso a espaços culturais. Esta pesquisa teve como objetivo principal discutir a percepção dos principais recursos de acessibilidade em museus por estudantes surdos cursando Pedagogia. Os dados serão discutidos à luz da experiência de três visitas a exposições com alunos de duas disciplinas. A pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e quantitativa teve como instrumentos de coleta de dados questionário eletrônico, em duas versões, Libras e Português escrito, e observação participante. Os alunos respondentes se identificam, em sua maioria, como Surdos, 62% comparados com 38% que se diz Deficiente Auditivo. Os resultados apresentados apontam para um destaque importante para a comunicação em Libras, presente na interação com mediador surdo, educador fluente em Libras e intérpretes, além dos aparatos tecnológicos como o vídeo guia em Libras, vídeos com janelas em Libras e o QR Code que disponibiliza vídeo com conteúdo da exposição. Iniciamos esta pesquisa com muitos questionamentos, os resultados dão conta de prover algumas compreensões de como o aluno surdo percebe o museu numa atividade educativa, porém, seguimos buscando respostas para as inúmeras questões aqui levantadas que esperamos responder com novas pesquisas.