Última alteração: 2018-10-21
Resumo
Analisa o conceito de ciclo vital de documentos, sua relevância para a teoria e prática arquivísticas e suas relações com o a teoria das três idades. Além disso, busca compreender sua utilização e aplicabilidade, comparando questões arquivísticas próprias de seu contexto de surgimento com as peculiaridades do contexto atual. Sugere-se que o ciclo vital dos documentos apresenta limitações quando cotejado aos impasses inerentes à realidade digital que estão relacionadas à sua linearidade e engessamento, ambos impostos pela fragmentação da gestão em fases ou idades. Ademais, investiga as perspectivas do modelo australiano records continuum com o intuito de elucidar questões relativas à complexidade do cenário imposto pelas novas demandas sociais, culturais e tecnológicas da contemporaneidade. Para tanto, apresenta breve histórico da trajetória da Arquivologia na Austrália, destacando seus principais atores e acontecimentos. Constata-se que o records continuum não consiste em um simples contraponto ao ciclo vital dos documentos. Entende-se que as perspectivas fornecidas pelo modelo records continuum, sobretudo no que se refere aos seus múltiplos propósitos, seu caráter espaço-temporal e o uso do valor contínuo, são mais adequadas para a compreensão do cenário atual.