Resumo: O presente artigo discute o carnaval de BH explorando o acervo do Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte. Guiamos nossos procedimentos metodológicos articulando perspectivas abordagem informacionais e antropológicas, com destaque para o conceito gramsciano de hegemonia, com o objetivo de demonstrar a importância da preservação desse acervo para a memória do carnaval na cidade de Belo Horizonte como performance de resistência política. Verifica-se que nos últimos oito anos o carnaval nessa capital passou por grandes transformações, pós décadas de pouca ressonância na paisagem cultural da cidade. Porém, ressurgiu com força a partir dos anos 2000 trazendo à tona questionamentos críticos de conteúdo social e político em torno da reivindicação da ocupação de pontos de referência patrimonial de BH. Ao acionar o conceito de hegemonia o que se pretende é evidenciar naquele acervo o que fica às margens ou suprimido como fonte informacional sobre o passado e o presente do carnaval de Belo Horizonte, a partir do pressuposto de que o fato dessa fonte documental pertencer a um museu vinculado à prefeitura da cidade, ele se configura em discurso oficial, que muitas vezes é entendido no contexto local – e manipulado pelo poder público – como um discurso “legitimador” sobre a cidade. Essa problematização aponta para o carnaval como um campo de relações políticas e disputas do poder simbólico propício para debates públicos nos quais podemos encontrar vários agentes ou atores sociais. Nesse sentido é que se busca explorar o acervo, tendo-se por objetivo compreender as inúmeras implicações ligadas à singularidade performática do carnaval em Belo Horizontes como um dos repertórios importante para leitura e reflexão sobre as estratégias de conscientização política e meios informacionais de questionamento crítico aos usos e abusos da hegemonia de representantes do poder público.