Última alteração: 2017-10-20
Resumo
Os belgas Paul Otlet e Henri La Fontaine, em finais do século XIX, criam o Instituto Internacional de Bibliografia que, para além de criar uma grande fonte de informação universal, foi pioneiro na adoção de novos modos de tratamento dos acervos documentais inaugurando a concepção de Documentação. Manoel Cícero Peregrino da Silva, diretor da Biblioteca Nacional brasileira entre 1900 e 1924, adotou várias mudanças na instituição, como a inauguração de um novo prédio, reorganização de seu acervo, criação de novos serviços e, em certa medida, segue a trilha aberta por Otlet e La Fontaine. Essa comunicação faz um inventário das ações de Peregrino da Silva buscando entender em que medida essas ações contribuíram para a Documentação no Brasil e seu engajamento nos ideais de Paul Otlet e La Fontaine. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, histórico-documental, baseada na documentação de diferentes arquivos brasileiros e no arquivo do Mundaneum, na Bélgica. Para compreender os ideais de Paul Otlet e Henri La Fontaine e o contexto em que eles se desenvolveram, utiliza-se os escritos do próprio Otlet e de estudiosos do tema como Mattelart, Rayward e Blanquet, além de teóricos brasileiros. Conclui que o papel de Peregrino da Silva à frente da Biblioteca Nacional fez da instituição um polo para onde confluíam as discussões intelectuais no período; que várias das ideias de Paul Otlet e Henri La Fontaine foram postas em prática na Biblioteca Nacional e que esta foi a primeira instituição a adotar as práticas documentalistas no tratamento de seu acervo e no desenvolvimento de seus produtos e serviços.