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BIBLIOTECAS DIGITAIS CLANDESTINAS: SOBERANIA E O OBSCURECIMENTO DO TRÂNSITO DOS OBJETOS
Última alteração: 2017-09-24
Resumo
Este trabalho, exploratório, objetiva reforçar a ideia de que as bibliotecas são um constituinte da vida ocidental e que, por isso, estas “retornariam”, compatibilizadas com seu contexto histórico e sociotécnico, sendo que a atual eclosão das bibliotecas digitais clandestinas seria uma de suas aparições contemporâneas. Para evidenciar metologicamente essa ideia, buscamos, primeiramente, sugerir um contexto teórico sintético em que o objeto digital ofereceria um desafio aos modelos de soberania da modernidade. Conforme arquiteturas de rede descentralizadas promovam novos modos de sigilo, anonimidade e circulação, o próprio regime de informação concernente às bibliotecas passaria por uma mudança, ao alterarem o modo de reprodução técnica e circulação pública dos objetos preferenciais da biblioteca, os livros. Esse trânsito dos objetos digitais seria, então, “obscurecido”, pela circulação em redes clandestinas. Em um segundo momento, procuramos dar visibilidade quantitativa a uma dessas bibliotecas, minerando seus metadados, que foram disponibilizados, anonimamente, por sua comunidade de usuários. Após evidenciar quantitativamente o aumento da circulação de livros digitalizados clandestinos, poderíamos inferir que o “retorno” da biblioteca, em um de seus contextos atuais, desafiaria o atual modelo moderno e disciplinado, convidando a uma reflexão sobre seu próprio conceito e operação, que apenas iniciamos nesse trabalho, levando-se em conta as implicações de mudança na constituição e circulação de seus objetos, em um regime de informação diferenciado.
Palavras-chave
Bibliotecas Digitais Clandestinas; Darknet; Biblioteca Pública.
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