Portal de Conferências, XVIII ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (XVIII ENANCIB)

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EXPOSIÇÕES MUSEOLÓGICAS: A COMPLEXIDADE NO PROCESSO DE PERCEPÇÃO DO REAL
Helena Cunha de Uzeda

Última alteração: 2017-10-23

Resumo


O trabalho analisa alguns conceitos defendidos pelo “pensamento complexo”, que buscam abrandar a rigorosa disciplinarização científica, relacionando-os ao caráter transdisciplinar das exposições museológicas, que se mostram interdependentes a diferentes áreas de saber, desconsiderando delimitações e limites epistemológicos. O instrumento fundamental utilizado pela Ciência Moderna, a divisão da Natureza em partes e partículas, categorias e subcategorias, como forma de buscar uma compreensão mais aprofundada sobre o Todo,  acabaria por confinar singularidades a delimitações muito rígidas. Apartava-se, assim, o pensamento científico da tradição, da religião e da filosofia, demarcando racionalmente os todos os domínios do saber. As Ciências Sociais que, durante muito tempo, foram tidas como frágeis cientificamente, pela dificuldade em sistematizar de modo racional as complexidades inerentes aos fenômenos humanos, mereceriam ter essa fragilidade reconsiderada diante do afrouxamento das certezas que vêm se dissolvendo diante dos olhos atônitos da contemporaneidade. Como parte integrante da área das Ciências Sociais, a Museologia reafirma-se em seu caráter fenomênico e científico, podendo-se considerar as exposições museológicas como o exercício mais visível e profícuo de interpretação do real. Consideradas como principal instância comunicacional dos museus, as exposições participam de forma conjugada e interdependente de processos ligados à literatura, arquitetura, programação visual e gráfica, design de iluminação, de som e de cenografia; tecnologias digitais, pedagogia e comunicação. Por essa atuação transdisciplinar, privilegiando discursos múltiplos, as exposições permitem a absorção dos conhecimentos tanto pela via da cognição quanto pelos sentidos e pela emoção, o que nos faz perceber que elas já vinham se imbuindo do espírito integrador proposto pela visão científica mais complexa. Como ciência social capaz de promover uma atualização de percepções e interpretações da realidade – de forma interconectada e transdisciplinar, integrando o observador a processos cognitivos, sensíveis e emocionais – não estariam as exposições museológicas, transitando, há algum tempo, no território múltiplo do pensamento complexo?


Palavras-chave


Museologia; Exposições Museológicas; Pensamento Complexo; Transdiciplinaridade.

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