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DA LOUCURA E DA ARTE NOS LIMITES DE UMA EPISTEMOLOGIA DA ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
Última alteração: 2017-10-12
Resumo
Este estudo, partindo de um plano teórico para discutir elementos fenomênicos, discorre sobre o papel da classificação no entendimento da loucura e suas relações com a construção epistemológica e as fronteiras aporéticas da organização do conhecimento, lançando a hipótese da loucura como um dos aparentes limites do pensamento classificatório e, ao mesmo tempo, resultado de sua “irracionalidade”. Essa compreensão não é reduzida a uma perspectiva única, mas evidencia diversos modos de reflexão sobre a realidade, incluindo o desdobramento das confluências entre loucura, arte e as práticas de representação e organização do conhecimento. Das críticas de Bernd Frohmann e Antonio García Gutiérrez contra plano mentalista da indexação aos remotos problemas da arbitrariedade das ações classificatórias, podemos identificar diferentes cenários onde a suspeição sobre a organização do conhecimento é tensionada. Dessa forma, optou-se aqui pelos lugares de tensão que aproximam ciência, arte e loucura, ou, dito de outra forma, debate-se o olhar dos domínios científico e artístico como principais campos que se debruçaram sobre o fenômeno do sofrimento e das transformações no mundo psíquico em conexão com os dilemas teórico-aplicados do pensamento classificatório. Investiga-se nesse contexto o quadro de convergências e contrastes dos domínios, destacando os processos classificatórios não somente como registros da realidade, mas em especial pelas suas cargas simbólicas de elaboração do imaginário sobre a saúde mental e os desafios teóricos da organização do conhecimento diante de tais dilemas. Como resultado das relações teóricas aqui estabelecidas, reconhece-se como abordagem epistemológica fundamental para o enfretamento de tais aporias uma filosofia das formas simbólicas, capaz de superar parte dos dilemas fronteiriços da organização do conhecimento.
Palavras-chave
Organização do Conhecimento; Classificação; Saúde Mental; Arte; Filosofia das Formas Simbólicas.
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