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Proposta de reflexão teórica-epistemológica de análise do documento de arquivo médico, como objeto inscrito na ordem do poder. Esta comunicação constitui-se da parte teórica de um trabalho de pesquisa maior, que analisou prontuários médicos da década de 50 em instituição de internação psiquiátrica. O quadro teórico baseado em autores que sintetizam as visões do neodocumentalismo, problematiza o documento desse tipo de fundo como objeto inscrito em uma relação de poder, indagando se este dispositivo documental também funcionaria como um indicador social sobre determinadas práticas de seleção de sujeitos. Devido à credibilidade de sua reputação científica, o prontuário médico asseguraria uma repetição que corrobora a construção social de determinadas práticas, estabelecendo relações mais amplas do que uma rotineira prática legitimada pelo saber médico. Trata do conceito de normalidade e anormalidade/normal e patológico como díades, construções trabalhadas simultaneamente e através dos mesmos mecanismos, motivo pelo qual o trabalho utiliza palavras como "(a)normais" como recurso gráfico que tem significado para a discussão proposta. São apresentadas algumas indagações filosóficas sobre a construção do "outro" abjeto e desenvolve uma linha argumentativa relacionando as preocupações do campo da informação e dos pesquisadores da documentação com essas questões sociais. Conclui, lançando indagações sobre as consequências deste modo de observar o documento enquanto verdade por parte de arquivistas, bibliotecários e cientistas da informação.

Documentação. Ciência da Informação. Epistemologia. Prontuário Médico. Documento Médico