Portal de Conferências, X ENCONTRO INTERNACIONAL DE INFORMAÇÃO, CONHECIMENTO E AÇÃO

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A MEDIAÇÃO SOCIAL DA INFORMAÇÃO NA PRIMEIRA BIBLIOTECA FEMINISTA DO BRASIL
DENISE BELAM FIORAVANTI, FRANCISCO ARRAIS NASCIMENTO, OSWALDO FRANCISCO ALMEIDA JUNIOR, DANIEL MARTÍNEZ-ÁVILA

Última alteração: 2018-07-02

Resumo


Ao adentrar aos espaços de preservação, acesso e disseminação da informação se pode compreender que a história fora construída e narrada sob um viés masculino amparado na binaridade de gênero imposta pela sociedade que elegeu a preceitos heteronormativos alicerçados no patriarcado, produzindo excluídos em uma relação de poder própria, onde  nesse processo de subjugação, incluem-se todos os seres cujo corpo é medido por seu valor de uso, ‘corpos para o trabalho, a procriação, o cuidado e a manutenção da vida e a produção do prazer alheio’, que também compõem a ampla esfera do trabalho na qual está em jogo o que se faz para o outro por necessidade de sobrevivência. Com isso, a Biblioteca Feminista Cora Coralina, inaugurada em julho de 2015, na zona lesta da cidade de São Paulo – SP, apresentando um acervo de 501 livros, artigos e teses sobre o feminismo e a situação da mulher no mundo. Tal espaço emerge não apenas no contexto social como um rompimento que permite que experiências vividas de forma tácita ou dissimulada ganhassem visibilidade a partir de sua enunciação pública e que se construam em signos de pertencimento a um grupo social (feminino), a uma identidade (feminista), mas também como uma forma de subversão da norma vigente que encarcera, limita e torna as memórias acerca do grupo estranho subterrâneas. Segundo Almeida Junior (2015) nos apropriamos da informação seja de maneira consciente ou inconscientemente a partir de nossa vivência e de nossas relações com o mundo. A informação está sempre em processo de construção, repassando intenções, desejos, interesses e valores. Logo, o espaço da biblioteca feminista apresenta-se como alternativa de empoderamento frente a lógica construída socialmente, contando com a participação das mulheres que, a partir de suas próprias histórias, olhares e experiências, participaram de oficinas de artes visuais e garantiram ao local um visual com destaque para a promoção da autonomia feminina na apropriação de seu espaço, com isso, a biblioteca procura também viabilizar a produção não apenas literária, mas acadêmica e artística das mulheres em um processo de desconstrução do patriarcado e de ressignificação do dispositivo de controle social construído historicamente e que certifica os discursos que compõe a tessitura memorial.


Palavras-chave


FEMINISMO. MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO. BIBLIOTECA FEMINISTA