Última alteração: 2017-09-14
Resumo
O presente artigo desenvolve a análise da mediação informacional no processo de ocupação das escolas estaduais de São Paulo ocorrido em novembro de 2015 em resposta à proposta do governo do Estado de reorganização escolar, que resultaria no fechamento de diversas escolas. Utilizando o método Cartografia de Controvérsias e a Teoria Ator-rede foram traçados os passos deixados pelos actantes a partir de seus rastros digitais, a informação registrada em matérias publicadas em páginas da imprensa e em mídias sociais na internet, possibilitando a identificação dos actantes presentes na rede sociotécnica formada pela controvérsia da ocupação das escolas. Por meio da cartografia desta rede, foi realizada a análise dos principais mediadores presentes no processo de ocupação, com vistas a descrever suas ações e seus impactos no fluxo de associações. A descrição das diferentes mediações na controvérsia, tanto de elementos humanos quanto de não-humanos, foi realizada utilizando-se das concepções de Silva (2010) sobre as novas mediações que surgem em relação aos avanços tecnológicos, as mediações pós-custodiais. Sua leitura sobre o desenvolvimento destas multi-mediações amplia o entendimento das diferentes atuações na controvérsia. A partir desta descrição, foram encaminhadas as reflexões acerca das aproximações entre a mediação sociotécnica e a mediação informacional presente no processo de ocupação das escolas, contribuindo com futuras pesquisas que poderão utilizar os pressupostos da Teoria Ator-rede e da Cartografia de Controvérsias na área da Ciência da Informação.