Última alteração: 2017-12-28
Resumo
Adaptações de histórias em quadrinhos de super-heróis para outras mídias existem desde a década de 1940. Porém o século XXI apresentou uma nova tendência de adaptações desses personagens para o cinema. Esses filmes podem ser vistos como um fenômeno contemporâneo da indústria cultural de massa. Esse artigo objetiva discutir como as adaptações de histórias em quadrinhos para o cinema, produzidas pelo Marvel Studios em sua primeira fase, que abarca o período de 2008 a 2012, constroem uma memória cultural para o século XXI. Tais adaptações ocorrem no contexto de uma Cultura da Convergência e de narrativas transmidiáticas, de acordo com Henry Jenkins onde a informação e a memória são elementos essenciais nesse processo. As histórias em quadrinhos e o cinema são vistos como hipergêneros discursivos, enquanto as narrativas de super-heróis funcionam como um gênero discursivo no sentido dado por Mikhail Bakhtin, que os entendem como construções sociais. Desse modo, pretendemos demonstrar, por meio de uma análise descritiva que tem por base Vannoye, Goliot Lété e Cirne, como os filmes produzidos no período selecionado constroem uma memória cultural em uma nova lógica de produção e consumo. Concluímos que tais adaptações constroem uma memória cultural por meio de um jogo de memórias em um processo dialógico entre enunciados produzidos por diferentes gêneros e hipergêneros discursivos.