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Utilizamos da noção de representação para pensar na fronteira entre filosofia e ciência de modo a transgredir a disciplinaridade. Este ensaio apresenta uma reflexão crítica sobre a representação documental e cria o conceito de indomável. Define a complexidade como evento necessário à biblioteconomia e ciência da informação. Discorre sobre conceitos de representação concebidos na área e seus fundamentos, o bom senso e o senso comum, os quais submetem a diferença à representação em favor da identidade documentária. Revela o espaço vazio entre palavras e coisas, do qual escapam os simulacros, os quais fazem a diferença aparecer e que fazem certezas desestabilizarem-se. Propõe o conceito de indomável, responsável por dinamizar a relação entre o documento e a sua representação. Tal conceito opera junto ao de identidade documentária, este que diz respeito à precisão entre o documento e sua representação. A relação disjuntiva entre identidade documentária e o indomável é paradoxal, por isso rompe com o modelo de recognição que submete a diferença à representação. Contribui-se para a biblioteconomia e ciência da informação, com a função de identidade documentária, assim como para a filosofia da ciência da informação, com o conceito de indomável. Dessa forma, a complexidade compreendida enquanto acontecimento é trazida para pensar a representação documental.

Indomável; Identidade Documentária; Representação Documental; Organização do Conhecimento; Filosofia da Ciência da Informação.