Última alteração: 2017-10-17
Resumo
Esta comunicação relata algumas questões oriundas de uma pesquisa concluída que teve como principal objetivo relacionar o documento médico e a sua função enquanto dispositivo médico que contribuiu para a construção de uma visão marginalizada de determinados sujeitos. Enfoca a formação de determinada figura - ou sujeito, em vista da adesão aos enunciados sobre o indivíduo da modernidade - enquanto abjeta e preterida em oposição a um sujeito padrão. Tal análise foi feita sob a ótica da documentação e da perspectiva discursiva da Ciência da Informação. Ao propor a inclusão desse debate acerca de uma sociedade plural nas preocupações do campo da informação, agregar a ideia de produção coletiva e de observação multifocal. Não é preocupação desta pesquisa elaborar uma visão correta, ou única, da construção de minorias, excluídos e subalternos. Utilizaram-se as noções de regime e de dispositivos de poder de matriz foucaultiana. Como objeto empírico selecionaram os prontuários médicos do ano de inauguração do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, 1953, localizado em Charitas, Niterói, RJ. Este relato de pesquisa buscou a ampliação do discurso sobre a documentação médica e seus usos na formação de um imaginário sobre o sujeito moderno padrão, típico burguês. Os resultados empíricos tratam da exposição da documentação médica daquela instituição e de dados agrupados da própria condição de entrada e manutenção dos sujeitos naquela instituição e naquele ano.